Vou começar aproveitando o clichê do título “Nas voltas que o mundo dá” para te contar uma novidade da minha vida: o mundo rodou, rodou, e eu acabei voltando a viver em minha cidade de origem, Montes Claros, no norte de Minas Gerais. Vai levar um tempinho para eu me acostumar de novo, depois de 18 anos fora, mas sei que vai ser muito prazeroso reencontrar pessoas, reviver hábitos, estar perto da família e principalmente redescobrir os sabores da minha terra.
A Chegada
Assim que cheguei, fui logo visitar o mercado que nessa época do ano especialmente, é uma explosão de cores, texturas e cheiros os mais diversos, vindos de todos os lados, que criam uma atmosfera mágica e me levam aos lugares mais interessantes da infância e juventude vividas nessas bandas daqui.
Coquinho azedo, manga rosa, manga ubá, manga coquinho. Tamarindo, caju, mangaba. A especialíssima mangaba que é doce e azeda, solta a casca facinho quando está madura, dá um suco delicioso e ainda sobra um chicletinho que a gente tira do redor das sementes! Já tem muita mangaba no mercado.
Mangabas e mangas na mesma banca.
Também tem os temperos. Várias combinações tendo o sal como base. Amarelos, vermelhos, verdes em vários tons. Pra temperar arroz, feijão, carne de boi, carne de porco, frango…e tem o coentro…ah, o coentro que eu amo. Sei que é controverso, mas o amor é intrínseco.
Temperos
Acho que não vou ter saudade da Banca Santo Antônio do Mercado Central de Belo Horizonte
Não podia deixar de fora a estrela desse lugar: a carne de sol, que na verdade aqui não toma sol. Ela é curtida no sereno e fica tenra, suculenta, macia. Assada, grelhada, cozida, frita, desfiada…um universo de possibilidades, todas maravilhosas.
Estou pronta, aberta, preparada para acolher e ser acolhida. Sou filha dessa terra, faço parte desse mundo. Sou formada por essas cores, esses sabores e texturas, e estou aqui para me reconectar a tudo isso. Nomeio das voltas que o mundo dá, essa é a minha volta. Estou aqui, Montes Claros!
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